por Marcelo de Oliveira Souza

Olá!!! Na observação do Universo estivemos durante muito tempo limitados a observações realizadas a partir da superfície de nosso planeta. Um único referencial. Os movimentos da Terra nos auxiliam a buscar encontrar posições distintas para observar o mesmo astro, ou observar novos astros. Há limitações. Algumas delas são impostas pela atmosfera da Terra. Com o início da conquista espacial foi possível realizar observações a partir de outros referenciais. Passeamos pelo sistema solar… As novas tecnologias disponíveis permitem que possamos receber imagens enviadas pelas naves espaciais com muito boa resolução. Há diversos satélites telescópios em órbita da Terra. Observam o Universo em diversas faixas do espectro eletromagnético. Algumas delas não são possíveis observar a partir da superfície da Terra. A atmosfera para nos proteger filtra alguns desses sinais. Para a dimensão que imaginamos ter o Universo, estamos limitados a uma infinitamente pequena região. Imaginamos a forma da Galáxia onde vivemos, a Via-Láctea, por comparação com a observação de outras Galáxias e pela observação realizada a partir da Terra. Em uma região com pouca iluminação artificial, é possível perceber uma faixa clara atravessando o firmamento. Por sua aparência, recebeu o nome de Via-Láctea, caminho de leite no céu.

Em 1750 o filósofo inglês Thomas Wright (1711-1786) apresenta uma proposta para a forma do Universo conhecido na época, analisando a forma da Via-Láctea. Imaginava que o Universo estava limitado a uma fina casca de uma esfera. Nessa região se olhássemos para o lado veríamos uma grande quantidade de estrelas.  Olhando para cima e para baixo nessa casca, como era delgada, veríamos poucas estrelas. Explicava dessa forma porque não víamos o céu todo repleto de estrelas. O que havia no centro dessa esfera? Por que o Universo tinha essa forma? Dúvidas…

Em 1775 o filósofo Immanuel Kant (1724-1804) apresentou novos elementos a essa discussão. Imaginando a Via-Láctea como um disco, modelo que se adapta a proposta feita por Thomas Wright, sugeriu a hipótese de haver outros discos semelhantes ao que vivemos. Os Universos Ilhas. Na época, quando se observava algumas estrelas elas apareciam como objetos difusos nos telescópios. Pequenas nuvens. Baseado nessas observações imaginou que essa seria a forma que poderíamos observar outros discos compostos por estrelas, semelhantes ao disco com estrelas no qual vivíamos. Após essa primeira proposta se passaram muitos anos até que surgissem condições técnicas para realizar as análises mais precisas que eram necessárias. Somente em 1923 o astrônomo norte-americano Edwin Powell Hubble (1889-1953) comprovou com dados observacionais a existência de outras galáxias. Existiam outras galáxias no Universo… Vivemos em uma galáxia com incontáveis estrelas. Existem incontáveis galáxias com incontáveis estrelas… Para essas análises não contamos com os recursos que são utilizados nos jogos de futebol. Não podemos, hoje em dia, colocar uma câmera sobrevoando a nossa galáxia. Passeando em torno de outras galáxias. Olhando a nossa galáxia a partir de outra galáxia….

Céu limpo para todos

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