por Marcelo de Oliveira Souza

“Para navegar por águas melhores, minha poesia agora deixa para trás aquele mar cruel e segue para o segundo reino, onde a alma humana se purifica, e se torna digna de elevar-se ao céu.

Quatro estrelas iluminavam o céu do Pólo Sul. Quatro estrelas nunca vistas por homem algum em vida (a não ser pelo primeiro casal), pois nunca são vistas no céu do hemisfério norte. Voltei a minha atenção ao outro pólo, e vi um vulto se aproximar. Era um velho solitário. Tinha barba longa e cabelos brancos. Seu semblante era iluminado pela luz das quatro estrelas, que davam-lhe um aspecto divino, como se a luz do Sol brilhasse em seu rosto.”

Dante Alighieri (trecho de A Divina Comédia)

 

Olá!!! Sol… Dias quentes… Praia… Verão, para os habitantes do Hemisfério Sul da Terra. No Hemisfério Norte, dias frios, neve… Nesta época do ano, conseguimos ver algumas das estrelas mais brilhantes do céu. Apresento a seguir algumas breves dicas para a observação do firmamento nesse período.

Bem no alto do Céu, no início da noite, percebe-se a bela constelação de Órion, o caçador gigante. Inserida nesta constelação vemos as tão conhecidas Três Marias, que representam um cinto gigante. O cinturão do caçador. O ombro direito do caçador é representado pela estrela Betelgeuse, uma gigantesca estrela vermelha que possui um diâmetro cerca de 250 vezes maior do que o do Sol. Segundo a mitologia grega, o caçador era auxiliado por dois cães. Eles podem ser vistos ao seu lado no céu, representados pelas constelações de Cão Maior e Cão Menor. Sírius é a estrela mais brilhante do céu, depois dos planetas que possuem brilho mais intenso, e está localizada na constelação de Cão Maior. Para localizar Sírius basta seguir um prolongamento do alinhamento das Três Marias.

Partindo de Cão Maior em direção ao Sul, encontramos a estrela Canopus, que também é uma estrela muito brilhante. Está localizada na constelação de Carina (Quilha). Um desmembramento da constelação do Navio, que foi dividida nas constelações de Quilha, Popa e Vela.

Observando o Céu voltado para o Sul, algumas horas após o pôr-do-Sol, há mais duas constelações que merecem destaque. Uma delas é Centauro, pois nela estão Rigil Kent, um sistema triplo, as estrela mais próximas da Terra, e Haslan. São duas estrelas muito brilhantes da Constelação de Centauro. Estão sempre acompanhando a constelação do Cruzeiro do Sul. Surgem um pouco depois no firmamento. Na constelação do Cruzeiro do Sul a cruz é formada por quatro estrelas, Acrux (o pé da cruz), popularmente conhecida como Estrela de Magalhães, Becrux (o braço esquerdo), conhecida como Mimosa, Gacrux (no topo), conhecida como Rubídea, pela sua cor, e Decrux (o braço direito), a Pálida, por seu fraco brilho. Uma quinta estrela que não se encaixa na simetria da cruz é conhecida como a Intrometida. Entre as estrelas Mimosa e a de Magalhães observa-se uma região escura que é conhecida como “Saco de Carvão”. Existe próximo a Mimosa um aglomerado aberto conhecido como Caixa de Jóias, que é facilmente observado com o auxílio de um binóculo.

         A constelação de Touro também é uma das constelações de rápido reconhecimento. Nota-se facilmente um triângulo (estrelas alinhadas em forma de “V”) de estrelas formando a sua cabeça. A estrela Aldebaran, de coloração avermelhada, é a mais brilhante desta constelação e seu nome significa, em árabe, olho de touro. Pode-se localizá-la seguindo o prolongamento do alinhamento das Três Marias em sentido contrário ao seguido para localizar Sírius. Na constelação de Touro é possível observar a olho nu o belo aglomerado aberto das Plêiades. Em um local com pouca iluminação é possível distinguir entre seis e sete estrelas. As sete irmãs. Com auxílio de um instrumento de observação é possível observar um número bem maior de estrelas nesse aglomerado.

Céu limpo para todos.

 

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