por Marcelo de Oliveira Souza

“Há duas formas para viver sua vida. Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar, que todas as coisas são um milagre.”
Albert Einstein

Olá!!! Momento para reflexão. Caminhos a serem definidos. Destinos a serem imaginados. Esperança a ser renovada. Riquezas a serem divididas. Igualdade. Fraternidade. Lar dos sonhos dos milhões de semelhantes desamparados neste mundo injusto. Uma estrela anunciou há algum tempo a chegada de um Novo Mundo. Sinal que comemoramos a cada ano. Esperança renovada. A Estrela Belém.

No Evangelho Segundo São Mateus, se encontra a referência no Novo Testamento sobre tão famosa estrela. “E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo.” (Mt 2,1-2) “Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera. E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore. E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande alegria. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.”(Mt 2,7-11)

Outra referência é um pequeno trecho do Evangelho Apócrifo Segundo São Tiago. “Que sinal vistes indicando o nascimento desse rei?” Responderam os magos: “Um grande astro brilhou entre as demais estrelas de forma a ocultar-lhes [a luz].” (21,2)
Astrônomos cristãos tentaram, e ainda tentam, identificar algum fenômeno natural que possa corresponder a essas descrições. Os Romanos iniciavam a contagem dos anos a partir da fundação de Roma. No ano 525 o monge Dionísio propôs que se considerasse o nascimento de Jesus como o início dessa contagem. Estabeleceu que ele ocorreu, após complicados cálculos, no ano 754 depois da fundação de Roma. Esse é o ano 1 de nossa era. Ele não considerou o ano zero. O monge, porém, cometeu um equívoco ao não considerar o fato de César Augusto ter governado Roma durante alguns anos sob o nome de Otávio, seu nome de batismo. O que nos leva a crer que o nascimento de Jesus Cristo deve ter ocorrido alguns anos antes do ano que consideramos hoje em dia. Fazendo uma correção de datas, de modo a se aproximar do ano mais provável de nascimento de Jesus Cristo, é possível, hoje em dia, realizar algumas simulações, com o auxílio de recursos computacionais, em busca da representação do céu que foi observado pelos magos. Considerando essa simulação e relatos de fenômenos observados na época, foram sugeridas algumas hipóteses. Uma das bases para essas sugestões é o trecho do Evangelho Segundo São Mateus: “Então Herodes, …, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera”. Este trecho pode ser analisado como se a estrela surgisse em um horário específico, e que Herodes não sabia como observá-la, permitindo conjecturar que havia necessidade de algum conhecimento prévio para poder reconhecê-la no céu. O termo “magos” poderia estar se referindo a sábios, como era utilizado no oriente. Para o grego Heródoto, o termo “magos” se referia a sacerdotes eruditos que, estudavam os textos sagrados, tinham conhecimento de astronomia, realizavam observações do céu, e viviam na Pérsia. Analisando todo o relato de São Mateus é ainda possível realizar as seguintes conjeturas, de acordo com alguns pesquisadores: A estrela surgia no leste e aparecia em uma determinada hora, esteve visível durante um certo período de tempo, permaneceu à frente dos magos quando eles se moviam para o Sul, de Jerusalém para Belém, e manteve-se sobre Belém.

Assim foram estudadas algumas possibilidades. Poderia ser um cometa. Proposta feita inicialmente pelo grego Orígenes no século II. Porém não há registro da observação de algum cometa brilhante no período, e se houvesse seria facilmente localizado no céu, não havendo razão para o fato de Herodes não saber localizá-lo. Após a observação da explosão de uma supernova por Tycho Brahe em 1572, esta também foi uma hipótese considerada. Seria também um evento facilmente observável. Uma outra hipótese, que foi considerada inicialmente por Johannes Kepler no século XVII, era uma conjunção de planetas. Várias possibilidades foram estudadas.

Uma conjunção tripla de Júpiter e Regulus, um encontro de Júpiter com Regulus (estrela mais brilhante da constelação de Leão) que ocorre por três vezes em sequência, e uma grande conjunção de Júpiter com Vênus. Fenômenos raros, e que puderam ser observados em um período próximo ao que imaginamos hoje ser o ano do nascimento de Jesus Cristo. Devido ao movimento retrógrado de Júpiter é possível encontrar elementos que satisfaçam as condições impostas pelo relato de São Mateus. Essa hipótese foi proposta por Frederick Larson em www.bethlehemstar.net. Outra hipótese considerada é uma conjunção tripla de Júpiter e Saturno.

Todas essas hipóteses são uma tentativa do ser humano em buscar compreender, dentro do seu limitado conhecimento da natureza, os mistérios do Universo. Santo Agostinho afirmava que o aparecimento da estrela de Belém foi um milagre. Fé e razão. Será necessário realizar uma escolha? Poderiam seguir caminhando de mãos dadas pelos caminhos da vida? Os modelos científicos desenvolvidos, com informações coletadas por diversas gerações, sendo usados de forma fraternal para a melhora das condições de vida dos seres humanos, servindo de suportes para a razão, e a fé servindo para aflorar a bondade e a compaixão, suportes para o espírito. Futuro possível.

Comemoremos o nascimento de um menino iluminado. Paz e bem.

Céu limpo para todos.

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