por Marcelo de Oliveira Souza

“O que não nos mata, nos torna mais fortes.”Friedrich Wilhelm Nietzsche

Olá!!! Em um momento, um ponto luminoso no céu. Em um piscar de olhos. No mesmo local. Um novo brilho. Mais intenso. Observação rara, que no passado deve ter surpreendido muitas civilizações. Nos modelos que consideravam o firmamento imutável, como explicar essa mudança? Uma estrela visitante que surge brilhante, de surpresa.

No ano 386 há um registro, feito pelos chineses, do surgimento de uma estrela visitante muito brilhante na constelação de Sagitário. Existem relatos de registros anteriores feitos pelos chineses nos anos 2241 A.C., 352 A.C., 185 e 369, mas que são contestados por alguns pesquisadores. A observação realizada no ano 185 foi questionada por Chin e Huang em 1994, em um artigo publicada na revista Nature. Eles propõem que poderia se tratar da observação de um cometa. 

Após o ano de 386 há outros relatos de observação de uma estrela visitante brilhante. Um que chama a atenção é o relato feito nos Anais da Dinastia Sung, da China, sobre a observação do aparecimento de uma estrela visitante em julho de 1054. A data precisa do seu surgimento no firmamento parece ser o dia 4 de julho de 1054. Segundo o relato, a estrela esteve visível também durante o dia durante aproximadamente 23 dias. Gradualmente o seu brilho foi diminuindo. Após um ano, do seu majestoso aparecimento, ela não era mais visível. Uma grande surpresa é que não existem relatos de sua observação na Europa.

Outras estrelas visitantes de destaque foram as que surgiram em, 6 de novembro de 1572 na constelação de Cassiopéia, observada por Tycho Brahe, e em 9 de outubro de 1604 na constelação de Ofiúco, observada por Johannes Kepler. A primeira tinha um brilho maior que o de Vênus e a segunda um brilho próximo ao de Vênus. Foram facilmente observadas a olho nu. Após essa data, com o auxílio de instrumentos de observação, foi possível observar o surgimento de diversas estrelas visitantes. Nenhuma, até os nossos dias, com um brilho tão intenso. Passaram a ser chamadas de Supernovas.  Hoje consideramos um modelo no qual a supernova representa uma gigantesca explosão que ocorre em estrelas que possuem uma massa muito maior do que a do Sol. Representa o final de sua vida. Nessa explosão é liberada uma quantidade enorme de energia. Como nós, as estrelas nascem e morrem. O Sol não terá esse destino, também morrerá, mas de uma forma menos abrupta.

Na explosão de uma supernova há a liberação de grande quantidade de material para o espaço. Permanece existindo um núcleo pequeno muito denso. Esse núcleo pode ter a forma de uma estrela de nêutrons, ou um buraco negro. A poeira e os gases espalhados darão origem a novas estrelas. Nas reações que ocorrem no núcleo das estrelas é onde acreditamos que se formam, a partir do hidrogênio, o elemento mais abundante no Universo, os elementos que temos hoje em nosso mundo. O sistema solar foi, dentro do modelo científico que consideramos, formado a partir do resto de uma supernova… Nós somos filhos das estrelas, como dizia o cientista americano Carl Sagan. Da poeira das estrelas surge a vida. Ciclos de vida e morte. Do pó nascemos ao pó retornaremos…

Céu limpo para todos.

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